-Quando você vai colocar um pronome oblíquo átono em uma oração, pode-se usar uma próclise (antes do verbo), ênclise (depois) e mesóclise (no meio). Uma próclise só pode ser usada se houverem palavras de sentido negativo, advérbio, pronomes indefinidos, interrogativos, relativos, demonstrativos, conjunções subordinadas, em frases exclamativas, em frases optativas, ou que tenha preposição + infinitivo flexionado, entre outros casos, e não se pode começar um texto com uma próclise. Analogamente, uma ênclise pode ser usada quando o verbo inicia o período, ou estiver no imperativo afirmativo. Pode-se escolher qual dos dois usar se o verbo não for conjugado no futuro do presente, ou no futuro do pretérito.-
Tá. Muito legal, mas.... porque tantas regras? Se a língua é usada para.... transmitir uma informação, porque colocar tantos poréns, tantas condições? Isso não ajuda, atrapalha, mas pra quê?!
Como explicar essa regra? |
Outro exemplo:
Em português, temos as palavras tocar, executar, jogar, assistir, rodar, etc. cada uma com um sentido próprio. Em inglês todas se resumem a uma só: 'play'. De fato, os dicionários de português são bem mais grossos que os ingleses, no português você tem a necessidade desnecessária de explicitar que não irá tocar o filme, mas assisti-lo, pra quê?
Outro exemplo:
Um português, eu ando, tu andas, ele anda, nós andamos, vós andais, eles andam. Isso no presente do indicativo, porque além de termos o pretérito imperfeito, pretérito perfeito, pretérito mais que perfeito, o futuro e o futuro do pretérito, temos o indicativo, o conjuntivo, o imperativo, o infinitivo pessoal, e algumas outras formas para acrescentar na lista. No inglês, fica simplesmente: ~walk~. I walk, you walk, he walk, e assim sucessivamente, e dane-se a conjugação, porque ela é simplesmente inútil.
E se é inútil, pra que existe? Passamos 8 ou 9 anos no ensino fundamental (dependendo de quando tu nasceu) e mais 3 no ensino médio estudando essas inutilidades a custo do governo para... nada! Perda de tempo e de dinheiro!!!
Passei algum tempo pesquisando isso na internet para compor a matéria, e quanto mais eu pesquisava, mais eu achava que não poderia escrevê-la, devido à quantidade de fatores que nos levaram a isso, e no final a resposta que encontrei é simplesmente a seguinte:
A origem da língua portuguesa é uma gigantesca bagunça!!! Um emaranhado de fatores que fez com que ela se misturasse com mil e uma coisas com o passar do tempo. Confira um trecho da wikipedia, retirado da introdução do artigo sobre "história da língua portuguesa":
Em todos os aspectos - fonética, morfologia, léxico e sintaxe - o português é essencialmente o resultado de uma evolução orgânica do latim vulgar trazido por colonos romanos no século III a.C., com influências menores de outros idiomas. O português arcaico desenvolveu-se no século V d.C., após a queda do Império Romano e as invasões bárbaras, como um dialecto românico, o chamado galego-português, que se diferenciou de outras línguas românicas ibéricas. Usado em documentos escritos desde o século IX, o galego-português tornou-se uma linguagem madura no século XIII, com uma rica literatura. Em 1290 foi decretado língua oficial do reino de Portugal pelo rei D.Dinis I. O salto para o português moderno dá-se no renascimento, sendo o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516) considerado o marco do seu início. A normatização da língua foi iniciada em 1536, com a criação das primeiras gramáticas, por Fernão de Oliveira e João de Barros.
A partir do séc. XVI, com a expansão da era dos descobrimentos, a história da língua portuguesa deixa de decorrer exclusivamente em Portugal, abrangendo o português europeu e o português internacional. Em 1990 foi firmado um tratado internacional com o objetivo de criar uma ortografia unificada, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, assinado por representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Essa é somente a introdução. Se descermos mais na página, encontraremos textos ainda maiores sobre os substratos pré-romanos, a base linguística oriunda do latim, o românico de influencia suéva e visigótica, a influência árabe, E dentro do português arcaico, o galego-português, as primeiras gramáticas do renascimento, expansão da gramática com os descobrimentos, etc.
E como se não bastasse isso, o português tem origens no latim, que também possui uma história tão bagunçada quanto a da língua portuguesa! Possui origens em diversas línguas, como o sânscrito, uma língua indiana.
As histórias de demais línguas ocidentais como grego, etc. também possuem uma história longa pelos mesmos motivos, e o português apenas pegou e misturou tudo, aumentando ainda mais a bagunça.
Para piorar ainda mais, temos em outras línguas palavras oriundas do francês, inglês, árabe, hebraico, e até tupi-guarani.
Agora, com toda essa porcaria em mãos, a única forma de concluir esse post, é resumir tudo e dizer que a língua portuguesa é assim pois é o resultado de uma grande de uma bagunça, e que nós somos um bando de ferrados mesmo!!
Com isso eu só posso dizer que essa pesquisa serviu para aumentar ainda mais a minha repulsão para com essa língua, que na minha humilde e medíocre opinião, é ridiculamente ineficiente.
Sinto muito por não lhes apresentar uma matéria decente hoje, mas acontece que eu perdi meu tempo fazendo pesquisas que não levaram ao resultado esperado, e não poderia jogar tudo fora :P
Até a próxima.
Português: porque tanta regra?
Reviewed by Henrique Gomes
on
sábado, setembro 28, 2013
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